Um estudo recente com ultramaratonistas revelou que uma Ultramaratona de vários dias, é menos cansativa e lesiva do que uma ultramaratona de um único dia.
Calma, respire fundo! O estudo não afirma que as Ultras (corridas com mais de 50km) são menos lesivas do que corridas mais curtas, e sim que Ultras de 100milhas (161km) são menos lesivas do que corridas de 200 milhas (322km).
Já discuti muito a segurança de provas longas em outros artigos, e das reais consequências desse tipo de prova na longevidade do atleta. E na minha opinião, muitos participantes desse tipo de prova, têm envelhecimento precoce e acabam aumentando suas chances de sofrer algumas lesões degenerativas (artroses, condropatias….).
Para quem caiu de paraquedas na discussão vale a pena dar uma olhada em Ironman faz bem a Saúde? e A corrida te lesionou? Saiba o que fazer!
O que o estudo analisou?
O Estudo constatou que os participantes de uma prova de 200 milhas disputada nos Alpes, gerou menos danos e inflamação muscular do que uma prova de 50 ou 100 milhas.
O pesquisador do estudo Jonas Saugy, da Universidade de Lausane (SUI) testou os efeitos da privação de sono e alguns marcadores biloógicos do sangue e dos músculos dos atltas que participaram da Tor de Geants, uma corrida de pouco mais de 200 milhas com um desnivel acumulado de 24.000m.
O estudo constatou que aqueles que competiram no Tor de Geants, se comparados com outros corredores que participaram de outras corridas de até 100 milhas, tinham menos inflamação muscular, apesar de terem corrida quase o dobro da distância dos outros corredores.
Como isso se explica?
Essa descoberta, indica que a estratégia e um pacing mais conservador podem ser os responsáveis pelo menor desgaste muscular, mesmo correndo mais.
Os pesquisadores afirmam que “o pacing mais conservador (por exemplo, um ritmo lento desde o começo da prova) e a privação de sono durante a prova resultaram num ritmo muito baixo de corrida (o que gerou contrações concêntricas/ excêntricas de baixa intensidade) que foram capazes de preservar a função muscular, apesar da dificuldade extrema do evento.
Que informações esse estudo traz para o corredor normal?
- Ritmo alto é mais lesivo: O estudo apontou que em esforços de longa duração o ritmo alto pode estar mais relacionado à inflamações musculares, do que um ritmo mais baixo. Na minha opinião isso não é grande novidade pra ninguém. E talvez tenha constatado o que ja observávamos na prática. Por exemplo, é muito comum depois de uma maratona, os atletas que correm em busca de melhorar o seu tempo, estarem muito mais doloridos após a prova do que aqueles que correm a maratona apenas por completar.
- Pacing nos treinos é importante: Muitos atletas treinam errado e acham que devem fazer todos os treinos em intensidade alta. Mas na verdade pouco estarão contribuindo para a melhora do seu condicionamento físico se pensarmos no médio ou longo prazo. Correr um treino mais forte do que o previsto em sua planilha pode significar estar cansado e treinar pior nos dias subsequentes. Uma referência legal é o artigo Fraco é Fraco.
- Escutar o seu corpo: Um dos fatores para a diminuição de ritmo dos corredores na ultra Tor de Geants, foi a falta de sono. Mesmo assim, conseguiram terminar a prova, por manterem uma intensidade mais baixa. A lição que fica para nós corredores, é que as vezes é possível cumprir o treino, se adotarmos um ritmo mais baixo do que o proposto, respeitando assim o cansaço do nosso organismo.
E você o que achou de tudo isso?
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