Cada vez é mais comum vermos atletas acima dos 35 nos pódios das principais competições mundiais. Nas olimpíadas de inverno de 2018, tivemos um número recorde de atletas com mais de 40 anos competindo. Quem assistiu ao Ironman Nova Zelândia, pode ter se espantado com Cameron Brown aos 47 anos de idade, conquistando o segundo lugar na elite com um tempo de 8h07min. E alista continua, temos Kelly Slater no Surf, Chris Horner que venceu a Vuelta da Espanha aos 41 anos, Tim de Boom que se aposentou no triathlon apenas aos 41 anos…
Toda vez que algo assim acontece sou bombeardeado de perguntas por meus alunos. Como é possível eles terem pique de competir com essa idade? Como é o treinamento desses caras? Como eles aguentam?
Como treinador (e praticante) gosto de ressaltar que, como atletas de endurance, a idade não é tão ruim assim para a performance.
Perdemos performance com a idade?
Não faz muito tempo que todos acreditávamos que a performance esportiva declinava de forma acentuada uma vez que o atleta atingia seus trinta e poucos anos. Tudo fazia sentido, quantos campeões você conhecia com mais de 30 anos? E por muito tempo as pessoas não pensavam muito sobre isso, apenas aceitavam que o decréscimo na performance fazia parte do processo de envelhecimento.
Lembro-me da minha participação do meu primeiro jogos regionais, onde havia uma nadadora “velha” competindo com quase 30 anos e ganhando facilmente várias provas, o que do alto dos meus quinze anos parecia inimaginável. Recentemente temos visto mais exemplos de atletas de endurance na faixa dos 40 anos ganhando algumas competições. E nas competições amadoras, a cada ano as categorias de 40-60 anos tem ficado muito mais competitivas.
maioria dos atletas que eu treino na Assessoria Esportiva tem mais de 35 anos. E quando eles vêem atletas como Cameron Brown com 47 ainda pegando pódio na Elite do Ironman, curiosidade a respeito dos efeitos do envelhecimento sobre a performance aumenta.
O que tem acontecido é que hoje temos mais conhecimento a respeito do treinamento, prevenção de lesões e nutrição o que aumenta a longevidade dos atletas no esporte, pois os atletas agora se cuidam melhor.
Antes por falta de conhecimento algumas lesões pequenas, quando não tratadas, se tornavam lesões graves e as vezes acabavam com a carreira do atleta. Hoje todos temos acesso a algumas medidas simples como descanso, gelo, alongamento e fisioterapia o que em poucos dias reabilita o atleta para continuar a treinar.
A nutrição é outro ponto que contribui muito para o aumento da performance em atletas mais velhos. Com a nutrição correta é possível recuperar-se mais rápido dos treinos o que melhora a rotina de treinamentos e permite o atleta treinar mais e de forma mais intensa o que contribui para melhores resultados.
Na minha opinião, outro ponto que contribui para a performance de atletas mais velhos é a rotina mais saudável. Normalmente atletas mais velhos estão melhores estabilizados em suas vidas, estão melhores financeiramente do que quando jovens e tendem a ter uma rotina mais constante. Com isso normalmente comem alimentos de melhor qualidade, dormem mais cedo e tem condições financeiras de comprar equipamentos esportivos de melhor qualidade.
Acredito sim num pequeno decréscimo na performance com a idade, mas acredito que com o treinamento constante e direcionado é possível manter sua performance inalterada por muitos anos.
Bons treino!
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